A Profecia de Naum: O Julgamento de Nínive


A Profecia de Naum: O Julgamento de Nínive

Introdução

O Livro de Naum, um dos livros proféticos do Antigo Testamento, é uma poderosa obra de literatura profética que anuncia a destruição da cidade de Nínive. 

Escrito pelo profeta Naum, cujo nome significa "consolação" ou "conforto", o livro é dirigido aos habitantes de Judá e aborda a iminente queda da capital assíria. 

Naum traz uma mensagem de justiça divina contra a opressão e a violência da Assíria, enquanto reafirma a aliança de Deus com Seu povo. 

Este artigo examina as principais partes do Livro de Naum, destacando suas mensagens centrais e suas implicações para a fé e a prática contemporâneas.

A Soberania de Deus (Naum 1,1-8)

Naum começa com uma poderosa declaração sobre a soberania e o poder de Deus: "O Senhor é Deus zeloso e vingador; o Senhor é vingador e cheio de indignação; o Senhor toma vingança contra os seus adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos" (Naum 1,2). 

Ele destaca a majestade divina e sua capacidade de julgar as nações: "O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, e ao culpado não tem por inocente" (Naum 1,3). 

A descrição de Deus como refúgio para os que Nele confiam estabelece um contraste com a destruição destinada a Nínive: "O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam Nele" (Naum 1,7).

A Ira de Deus contra Nínive (Naum 1,9-15)

Naum profetiza contra Nínive, enfatizando que nenhum plano contra o Senhor prosperará: "Que pensais vós contra o Senhor? Ele mesmo vos consumirá de todo; não se levantará por duas vezes a angústia" (Naum 1,9). 

Ele assegura aos habitantes de Judá que sua opressão terminará: "E agora quebrantarei o seu jugo de sobre ti, e romperei os teus laços" (Naum 1,13). 

Naum proclama a boa nova de paz e restauração: "Eis sobre os montes os pés do que traz boas novas, do que anuncia a paz" (Naum 1,15).

A Descrição da Destruição de Nínive (Naum 2,1-7)

Naum pinta um quadro vívido da destruição iminente de Nínive: "O destruidor sobe contra ti. Guarda a fortaleza, vigia o caminho, fortalece os lombos, recolhe todas as tuas forças" (Naum 2,1). 

A cidade é descrita como vulnerável e em pânico: "Os escudos dos seus valentes estão vermelhos, os homens valentes se vestem de escarlata, os carros flamejam com tochas no dia da sua preparação" (Naum 2,3). 

A imagem do saque da cidade é clara: "Eis que estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos, e queimarei no fumo os teus carros, e a espada devorará os teus leões" (Naum 2,13).

A Queda de Nínive (Naum 2,8-13)

Naum descreve a queda de Nínive em termos gráficos e detalhados: "Nínive desde que existe tem sido como um açude de águas; porém fogem agora. Parai, parai, clamar-se-á; mas ninguém olhará para trás" (Naum 2,8). 

Ele ressalta o saque e a pilhagem que seguirão: "Tomai o despojo de prata, tomai o despojo de ouro, porque não tem fim a provisão, abastança há de todo objeto precioso" (Naum 2,9). 

A ruína completa da cidade é enfatizada: "Eis que estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos, e queimarei no fumo os teus carros, e a espada devorará os teus leões" (Naum 2,13).

O Ato de Justiça Divina (Naum 3,1-7)

Naum condena Nínive como uma cidade de sangue, cheia de mentiras e violência: "Ai da cidade sanguinária! Ela está toda cheia de mentiras e de rapina; não se aparta dela o roubo" (Naum 3,1). 

Ele descreve o tumulto da batalha: "O estalo dos açoites, e o estrondo das rodas, e os cavalos atropelando, e os carros correndo, e os cavaleiros montando" (Naum 3,2-3). 

A vergonha de Nínive é proclamada: "E há de acontecer que todos os que te virem fugirão de ti, e dirão: Nínive está assolada! Quem terá compaixão dela?" (Naum 3,7).

A Ironia da Queda (Naum 3,8-13)

Naum usa a ironia para destacar a queda de Nínive, comparando-a a Tebas, que também caiu apesar de sua força: "És tu melhor do que No-Amom, que estava situada entre os rios, cercada de águas?" (Naum 3,8). 

Ele aponta que a confiança em aliados será inútil: "Também tu serás embriagada e te esconderás; também tu procurarás fortaleza por causa do inimigo" (Naum 3,11). 

As defesas de Nínive são descritas como fracas: "Eis que o teu povo no meio de ti são como mulheres; as portas da tua terra estão de par em par abertas aos teus inimigos" (Naum 3,13).

A Inevitabilidade do Julgamento (Naum 3,14-19)

Naum conclui seu livro com a certeza da destruição de Nínive, exortando a cidade a preparar-se para o cerco: "Tira água para o cerco, fortifica as tuas fortalezas, entra no barro, e pisa o barro, faze forte a fornalha" (Naum 3,14). 

Ele ressalta a totalidade do julgamento: "O fogo te consumirá, a espada te exterminará, devorar-te-á como a locusta; multiplica-te como a locusta, multiplica-te como os gafanhotos" (Naum 3,15). 

A profecia termina com a declaração de que Nínive nunca mais será curada: "Não há cura para a tua ferida; a tua chaga é dolorosa; todos os que ouvirem a tua fama baterão palmas sobre ti; porque sobre quem não passou continuamente a tua malícia?" (Naum 3,19).

Conclusão

O Livro de Naum oferece uma poderosa mensagem sobre a justiça de Deus e a inevitabilidade de Seu julgamento contra a opressão e a violência. 

Através de descrições vívidas e detalhadas, Naum nos mostra a queda de Nínive como um exemplo do destino de todas as nações que se levantam contra Deus e Seu povo. 

A aliança de Deus com Seu povo é reafirmada através da promessa de justiça e restauração. 

Naum nos lembra da importância de confiar na soberania divina e buscar a justiça em nossas próprias vidas. 

Sua mensagem permanece relevante hoje, chamando-nos a refletir sobre a justiça de Deus e a necessidade de viver em conformidade com Seus mandamentos.

Referências

  • Bíblia Sagrada, Edição Pastoral. Paulus Editora.
  • "The Book of Nahum: A Commentary" por O. Palmer Robertson.
  • "Nahum, Habakkuk, and Zephaniah: An Introduction and Commentary" por David W. Baker.
  • "The Minor Prophets: An Exegetical and Expository Commentary" por Thomas Edward McComiskey.

Histoipixuna

Elias Albano de Souza

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