O Livro de Malaquias: Exortações e Promessas Divinas


O Livro de Malaquias: Exortações e Promessas Divinas

Introdução

O Livro de Malaquias, o último livro do Antigo Testamento, é uma obra profética que aborda a renovação da aliança entre Deus e Seu povo. 

Escrito após o retorno dos judeus do exílio babilônico, o livro critica a negligência espiritual e moral do povo e dos sacerdotes. 

Através de quatro capítulos, Malaquias chama à reforma, à fidelidade e ao cumprimento da aliança. 

Este artigo examina as principais partes do Livro de Malaquias, destacando suas exortações, promessas e o apelo final à justiça e à fidelidade.

O Amor de Deus e a Ingratidão de Israel (Malaquias 1,1-5)

Malaquias começa com a declaração do amor de Deus por Israel: "Eu vos amei, diz o Senhor" (Malaquias 1,2). 

Contudo, o povo questiona este amor: "Em que nos amaste?" (Malaquias 1,2). 

Deus lembra-os de Sua escolha de Jacó sobre Esaú: "Eu amei Jacó, mas rejeitei Esaú" (Malaquias 1,2-3). 

A destruição de Edom é um sinal da justiça divina: "Eles construirão, mas eu destruirei" (Malaquias 1,4). 

Deus reitera Sua grandeza e Seu amor eterno por Israel.

A Corrupção dos Sacerdotes (Malaquias 1,6-14)

Malaquias denuncia a corrupção dos sacerdotes, que desonram o nome de Deus: "O filho honra o pai, e o servo, o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra?" (Malaquias 1,6). 

Os sacerdotes oferecem sacrifícios impuros: "Ofereceis sobre o meu altar pão impuro" (Malaquias 1,7). 

Deus rejeita esses sacrifícios: "Eu não aceitarei da vossa mão uma oferta" (Malaquias 1,10). 

A corrupção sacerdotal prejudica a aliança: "Maldito seja o enganador, que, tendo animal macho no seu rebanho, promete e sacrifica ao Senhor o que tem defeito" (Malaquias 1,14).

A Aliança com Levi (Malaquias 2,1-9)

Deus lembra os sacerdotes de Sua aliança com Levi, marcada pela vida e paz: "Minha aliança com ele foi de vida e paz" (Malaquias 2,5). 

Levi, símbolo do sacerdócio fiel, temia a Deus e transmitia a verdade: "A verdadeira instrução estava na sua boca" (Malaquias 2,6). 

Em contraste, os sacerdotes atuais desviam-se: "Vós, porém, vos desviastes do caminho" (Malaquias 2,8). 

A corrupção deles causa muitos tropeços: "Fizestes que muitos tropeçassem na lei" (Malaquias 2,8). 

Deus promete humilhá-los: "Por isso também eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo o povo" (Malaquias 2,9).

A Infidelidade Conjugal e a Aliança do Casamento (Malaquias 2,10-16)

Malaquias critica a infidelidade conjugal, violação da aliança de casamento: "Não temos todos nós um mesmo pai?" (Malaquias 2,10). 

O povo profana o santuário de Deus: "Judá profanou o santuário do Senhor, que ele ama" (Malaquias 2,11). 

Divórcios e casamentos com mulheres estrangeiras são condenados: "O Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade" (Malaquias 2,14). 

Deus deseja fidelidade: "Pois eu odeio o divórcio, diz o Senhor" (Malaquias 2,16). 

O compromisso conjugal deve ser mantido: "Guarda-te em teu espírito, e não sejas desleal para com a mulher da tua mocidade" (Malaquias 2,15).

A Vinda do Mensageiro (Malaquias 3,1-5)

Malaquias anuncia a vinda de um mensageiro para preparar o caminho: "Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim" (Malaquias 3,1). 

Este mensageiro purificará os sacerdotes: "Ele é como o fogo do ourives e como a potassa dos lavadeiros" (Malaquias 3,2). 

A purificação resultará em ofertas justas: "Então a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor" (Malaquias 3,4). 

Deus julgará os injustos: "Chegar-me-ei a vós para juízo" (Malaquias 3,5). 

O mensageiro é um prenúncio do Messias.

O Apelo ao Arrependimento (Malaquias 3,6-12)

Deus apela ao arrependimento e à devolução dos dízimos: "Tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós, diz o Senhor dos exércitos" (Malaquias 3,7). 

O povo pergunta como voltar: "Em que havemos de tornar?" (Malaquias 3,7). 

Deus responde com a questão dos dízimos: "Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais" (Malaquias 3,8). 

A bênção divina é prometida aos que obedecem: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro... e eu derramarei sobre vós uma bênção" (Malaquias 3,10). 

A fidelidade resulta em prosperidade: "Por causa de vós repreenderei o devorador" (Malaquias 3,11).

A Injustiça e a Fidelidade Recompensada (Malaquias 3,13-18)

Deus critica a arrogância dos ímpios: "As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o Senhor" (Malaquias 3,13). 

O povo questiona o valor de servir a Deus: "Inútil é servir a Deus" (Malaquias 3,14). 

Os justos, porém, serão recompensados: "Então vereis a diferença entre o justo e o ímpio" (Malaquias 3,18). 

Deus promete um livro de memória para os fiéis: "Um livro de memória foi escrito diante dele, para os que temem ao Senhor" (Malaquias 3,16). 

A fidelidade é reconhecida: "Eles serão para mim particular tesouro, diz o Senhor dos exércitos" (Malaquias 3,17).

O Dia do Senhor (Malaquias 4,1-3)

Malaquias anuncia o Dia do Senhor, um tempo de julgamento e justiça: "Porque eis que vem o dia ardente como uma fornalha" (Malaquias 4,1). 

Os ímpios serão destruídos: "Todos os soberbos e todos os que cometem impiedade serão como a palha" (Malaquias 4,1). 

Os justos, porém, experimentarão cura e alegria: "Mas para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas" (Malaquias 4,2). 

Eles triunfarão sobre os ímpios: "Pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas dos vossos pés" (Malaquias 4,3).

A Recordação da Lei de Moisés (Malaquias 4,4)

Deus chama o povo a lembrar-se da Lei de Moisés: "Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a qual lhe prescrevi em Horebe para todo o Israel, com estatutos e juízos" (Malaquias 4,4). 

A Lei é a base da aliança e deve ser obedecida: "Guarda a minha lei como a menina dos teus olhos" (Provérbios 7,2). 

A obediência à Lei traz bênçãos: "Bem-aventurados os que guardam a retidão e o que pratica a justiça em todos os tempos" (Salmos 106,3). 

Malaquias reafirma a importância da fidelidade à aliança mosaica.

A Vinda de Elias (Malaquias 4,5-6)

O livro termina com a promessa da vinda de Elias antes do grande e terrível Dia do Senhor: "Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor" (Malaquias 4,5). 

Elias restaurará os corações dos pais aos filhos e dos filhos aos pais: "E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais" (Malaquias 4,6). 

A missão de Elias é preparar o povo para o julgamento final: "Para que eu não venha e fira a terra com maldição" (Malaquias 4,6). 

Este anúncio reforça a mensagem de arrependimento e renovação.

Conclusão

O Livro de Malaquias é uma chamada poderosa ao arrependimento, à fidelidade e à renovação da aliança com Deus. 

Através de críticas, promessas e exortações, Malaquias desafia o povo a corrigir sua negligência espiritual e moral. 

A promessa do mensageiro e a vinda de Elias apontam para a necessidade de preparação para o Dia do Senhor. 

O livro destaca a justiça divina e a recompensa pela fidelidade. 

Malaquias permanece relevante, exortando-nos a manter nossa aliança com Deus e a viver de acordo com Seus mandamentos.

Referências

  • Bíblia Sagrada, Edição Pastoral. Paulus Editora.
  • "The Minor Prophets: An Exegetical and Expository Commentary" por Thomas Edward McComiskey.
  • "Malachi: A New Translation with Introduction and Commentary" por Andrew E. Hill.
  • "The Books of Haggai, Zechariah, and Malachi" por Rex Mason.

Histoipixuna

Elias Albano de Souza

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